Escrevo para contar como foi o meu último fim-de-semana, pois foi deveras diferente dos restantes, nos quais me tenho sentido um pouco solitária e isolada, apesar de ter sempre os meus amigos comigo. É algo que vou ter que começar a dar a volta, a falar com mais gente e a sair mais.
Sexta-feira à noite fomos ver finalmente o filme Avatar, em 3D. Quanto ao facto de ser em 3D, é uma experiência diferente e digamos que de modos, única, contudo não me adaptei bem a esta tecnologia pois provocou-me dores de cabeça e impossibilidade de ler algumas legendas ao longo do filme, o que para mim é irrelevante, pode ser falta de hábito. (Pareço uma velha a falar "Essas modernices fazem-me confusão à cabeça!") Voltando ao assunto do filme em si, agradou-me imenso a história e os efeitos visuais. Pandora é um mundo mágico, quase como uma viagem ao paraíso, como acredito que outrora foi o nosso próprio mundo. Gostei imenso do povo Na'vi, acho que são esteticamente muito belos e, tal como em tribos que já houve na terra, têm valores nobres e um verdadeiro respeito pela Natureza. Fez-me lembrar bastante os valores e crenças do povo celta na idade do bronze, onde haviam várias tribos, onde as árvores eram elementos sagrados da natureza, onde eram pedidas desculpas à mãe-natureza por ser tirada a viva de um animal para alimentação, onde a guerra não era feita por capricho mas sim por sobrevivência, onde havia uma igualdade equilibrada entre os sexos e onde se tinha de saber viver em conformidade com a natureza para conseguir sobreviver nela. O mais infeliz de perceber ao visionarmos este filme é que nós já fomos assim, sem futilidades ou superficialidades, sem a ganância ávida de riqueza e bens materiais, sem uma vida que tudo se resume a uma simples palavra: Dinheiro.
Não vou negar que sou consumista, afinal faço parte da chamada "geração electrónica", onde estamos rodeados de conforto, tecnologia, ausência de valores dignos desse nome e de futilidade. Também me insiro nesse rol, assim como toda a gente que conheço, uns mais e outros menos e é aí que reside toda a diferença. Uma coisa é adaptarmos-nos à sociedade em que vivemos contemporaneamente, ou até gostar de alguns dos seus aspectos, outra coisa totalmente diferente é já ter a ausência de valores e a cabeça totalmente feita pelos media e estilo de vida que se mantêm hoje em dia. Cada vez mais as pessoas são cépticas, não acreditam em religiões, cultos, ou até correntes espirituais, vivemos numa época em que o culto do espírito ou até casos de paranormal apenas existem para serem feitos filmes ou programas de televisão de modo a entreter as massas, de modo a serem mais um motivo de conversa e chacota como todos os temas polémicos. Estamos numa sociedade que é "moda" ser "verde", somos todos muito ecologistas, vamos trabalhar para construir o que as gerações anteriores destruíram, ou então vamos ser todos vegetarianos para não fazer mal aos animais. Ideais muito nobres, porém aliado à mentalidade típica de séc.XXI pode surgir uma verdadeira mistura explosiva.
Muitos são extremamente ecologistas porém têm o seu grande carro à porta para ir para o trabalho todos os dias, onde comem o seu pequeno almoço e depois deitam o que resta pela janela fora, onde vão acampar e fazem fogueiras ou deitam beatas de cigarro acesas directamente para o campo aberto, onde sabem que as probabilidades de incêndio são altas. Dizem que têm muita pena dos animais e não os querem comer, quando muita gente só o faz porque tem um circulo de amigos que é vegetariano ou então porque querem manter a linha, só para parecer bem, pois é impensável ter uns quilos a mais. Claro que não! Isso faria de nós uns bichos feios vindos de outro planeta e deixaríamos de ser humanos por inteiro. Com esta divagação toda finalmente pergunto-me, para onde foram os valores da nossa sociedade "avançada"?
Onde estão os sentimentos, a conexão com o que realmente importa, o respeito? Acho que passaram a ser mitos. Os humanos extinguiram todo o pingo de decência e bondade que existia na terra, e não tarda nada a tentar achar outro planeta onde possa fazer o mesmo, daí o filme para mim ser dolorosamente realista. Houveram partes inclusive que chorei, não de tristeza mas também de revolta e ira de como o homem pode ser maldoso, mesquinho, destruidor e citando a Ella no seu blog, um total monstro.
Tenho imensa pena de vivermos numa era em que já nada do que se vê no povo Na'vi é respeitado, que outrora fez parte de nós, e agora vendo, parece algo tão longínquo que é mais viável associa-lo a um povo alienígena do que à nossa própria espécie.
Triste porém verídico.
Espero que tenhamos um futuro melhor, e que recuperamos os valores que outrora existiram mas que hoje só fazem parte de um filme de ficção científica...
Sexta-feira à noite fomos ver finalmente o filme Avatar, em 3D. Quanto ao facto de ser em 3D, é uma experiência diferente e digamos que de modos, única, contudo não me adaptei bem a esta tecnologia pois provocou-me dores de cabeça e impossibilidade de ler algumas legendas ao longo do filme, o que para mim é irrelevante, pode ser falta de hábito. (Pareço uma velha a falar "Essas modernices fazem-me confusão à cabeça!") Voltando ao assunto do filme em si, agradou-me imenso a história e os efeitos visuais. Pandora é um mundo mágico, quase como uma viagem ao paraíso, como acredito que outrora foi o nosso próprio mundo. Gostei imenso do povo Na'vi, acho que são esteticamente muito belos e, tal como em tribos que já houve na terra, têm valores nobres e um verdadeiro respeito pela Natureza. Fez-me lembrar bastante os valores e crenças do povo celta na idade do bronze, onde haviam várias tribos, onde as árvores eram elementos sagrados da natureza, onde eram pedidas desculpas à mãe-natureza por ser tirada a viva de um animal para alimentação, onde a guerra não era feita por capricho mas sim por sobrevivência, onde havia uma igualdade equilibrada entre os sexos e onde se tinha de saber viver em conformidade com a natureza para conseguir sobreviver nela. O mais infeliz de perceber ao visionarmos este filme é que nós já fomos assim, sem futilidades ou superficialidades, sem a ganância ávida de riqueza e bens materiais, sem uma vida que tudo se resume a uma simples palavra: Dinheiro.
Não vou negar que sou consumista, afinal faço parte da chamada "geração electrónica", onde estamos rodeados de conforto, tecnologia, ausência de valores dignos desse nome e de futilidade. Também me insiro nesse rol, assim como toda a gente que conheço, uns mais e outros menos e é aí que reside toda a diferença. Uma coisa é adaptarmos-nos à sociedade em que vivemos contemporaneamente, ou até gostar de alguns dos seus aspectos, outra coisa totalmente diferente é já ter a ausência de valores e a cabeça totalmente feita pelos media e estilo de vida que se mantêm hoje em dia. Cada vez mais as pessoas são cépticas, não acreditam em religiões, cultos, ou até correntes espirituais, vivemos numa época em que o culto do espírito ou até casos de paranormal apenas existem para serem feitos filmes ou programas de televisão de modo a entreter as massas, de modo a serem mais um motivo de conversa e chacota como todos os temas polémicos. Estamos numa sociedade que é "moda" ser "verde", somos todos muito ecologistas, vamos trabalhar para construir o que as gerações anteriores destruíram, ou então vamos ser todos vegetarianos para não fazer mal aos animais. Ideais muito nobres, porém aliado à mentalidade típica de séc.XXI pode surgir uma verdadeira mistura explosiva.
Muitos são extremamente ecologistas porém têm o seu grande carro à porta para ir para o trabalho todos os dias, onde comem o seu pequeno almoço e depois deitam o que resta pela janela fora, onde vão acampar e fazem fogueiras ou deitam beatas de cigarro acesas directamente para o campo aberto, onde sabem que as probabilidades de incêndio são altas. Dizem que têm muita pena dos animais e não os querem comer, quando muita gente só o faz porque tem um circulo de amigos que é vegetariano ou então porque querem manter a linha, só para parecer bem, pois é impensável ter uns quilos a mais. Claro que não! Isso faria de nós uns bichos feios vindos de outro planeta e deixaríamos de ser humanos por inteiro. Com esta divagação toda finalmente pergunto-me, para onde foram os valores da nossa sociedade "avançada"?
Onde estão os sentimentos, a conexão com o que realmente importa, o respeito? Acho que passaram a ser mitos. Os humanos extinguiram todo o pingo de decência e bondade que existia na terra, e não tarda nada a tentar achar outro planeta onde possa fazer o mesmo, daí o filme para mim ser dolorosamente realista. Houveram partes inclusive que chorei, não de tristeza mas também de revolta e ira de como o homem pode ser maldoso, mesquinho, destruidor e citando a Ella no seu blog, um total monstro.
Tenho imensa pena de vivermos numa era em que já nada do que se vê no povo Na'vi é respeitado, que outrora fez parte de nós, e agora vendo, parece algo tão longínquo que é mais viável associa-lo a um povo alienígena do que à nossa própria espécie.
Triste porém verídico.
Espero que tenhamos um futuro melhor, e que recuperamos os valores que outrora existiram mas que hoje só fazem parte de um filme de ficção científica...
Oyasumi!
De facto só seria viável no nosso tempo mostrarem estes valores numa sociedade alienígena. Gostei muito de ver os azulinhos em 3D. Boa Semana **
ReplyDeleteÉ mesmo, devia haver excursões para lá!
ReplyDelete"Sr, Condutor, ponha o pé no acelerador. Se bater não faz mal, vamos todos para o hospital!" XD
Mas falando a sério, era bom que se aprendesse algo com este tipo de filmes, só para termos a noção que somos mesmo umas bestas apesar de nos considerarmos civilizados.
Concordo plenamente com vcs amoras, o filme alem de lindo refere tudo isso, e chama atençao a essas coisas q tds no sunconsciente sabem, mas perdem a noçao ou fingem esquecer. <3
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